Você está visualizando atualmente Mulheres que atuam na Santa Casa debatem desafios femininos da atualidade

Mulheres que atuam na Santa Casa debatem desafios femininos da atualidade

O evento contou com a comercialização de produtos artesanais feitos por mulheres e um desfile de moda das custodiadas do Estado

Com o tema “Trabalhando com mulheres para mulheres” o primeiro simpósio da Fundação Santa Casa do Pará (FSCMPA) reúne nesta quarta-feira (13), especialistas, servidoras, estagiárias e colaboradoras para a discussão de temas que fazem parte do dia a dia das mulheres, tanto no ambiente de trabalho como em outros espaços de atuação feminina na sociedade.

Segundo a psicóloga Carol Zahluth, coordenadora do projeto Casa Delas, que esteve à frente da organização do evento, juntamente com a também psicóloga Lorena Tenório e a enfermeira Leilane Cruz (foto),  a ideia foi realizar uma programação que pudesse ir além da celebração do Dia Internacional das Mulheres.

“A gente pensa o 8 de março como uma data não só de celebração da mulher, de todas as conquistas que já tivemos devido a muitas lutas, mas também de sempre lembrar que a gente tem que continuar lutando por muitos direitos ainda, por muitos espaços, porque mesmo a Santa Casa, sendo majoritariamente feminina, a gente ainda sofre muito com o machismo. Então, a gente vem com um evento não só para celebrar o Dia da Mulher, celebrar que a Santa Casa é um lugar feito por mãos femininas, mas também para construir um momento de sororidade, de luta, de debater temas que perpassam as nossas vivências como mulher na sociedade brasileira”.

Entre os temas elegidos para o simpósio estão a pressão estética, o racismo que mulheres negras sofrem, a questão das múltiplas jornadas de trabalho, especialmente para as mulheres dentro da área da saúde, a violência dentro do trabalho e também a questão de muitas mulheres mães de crianças dentro do espectro autista.

Dentro da programação, também foi realizada uma mostra que destacou os serviços que a Santa Casa desenvolve para o público feminino, e que têm como características a qualificação do atendimento e o acolhimento de profissionais mulheres. Entre os serviços estão a unidade do Parapaz na Santa Casa, que presta assistência às crianças e adolescentes vítimas de violência sexual; o Espaço Acolher, que atende às vítimas de escalpelamento e; a Casa da Gestante, serviço que tem como prioridade dar suporte às mulheres grávidas ou no pós parto, que por questões de saúde ou sociais não têm condições de voltar para sua casa.

“Atendemos gestantes ou mães que acompanham seus bebês recém-nascidos, que ainda precisam de monitoramento ou alguma condição de saúde que não exige internação, mas na qual a paciente necessite estar próxima do hospital. Temos um atendimento multiprofissional e diariamente atendimento médico e de enfermagem, que é crucial pois faz o acompanhamento todo dia e o dia todo. Prestamos esse atendimento qualificado e temos sensibilidade para identificar também fatores emocionais para garantir esse acolhimento que a paciente precisa, esse cuidado”, resume a médica Aurilene Sidrim, ginecologista e obstetra que atende as pacientes da Casa da Gestante.

A psicóloga Ingrid Lira faz residência na Santa Casa, onde está cursando o segundo ano da especialização. Para ela, os temas trabalhados são importantes para o desenvolvimento de uma nova consciência sobre a realidade e a atuação feminina e servem para que todos reflitam, independentemente de gênero.

“O evento tem sido incrível. A proposta das palestras, a abertura envolvendo diversos setores e cenários foi muito bacana. Achei a fala sobre a questão das mulheres negras no mercado de trabalho muito impactante, assim como essa sobre o mito da beleza. Isso tudo traz essa reflexão. Não só para a gente, mas para todos os funcionários”, ressaltou a psicóloga.

O evento ainda contou com a comercialização de produtos artesanais feitos por mulheres e um desfile de moda das custodiadas do Estado.

Deixe um comentário