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Classe Hospitalar da Santa Casa proporciona aprendizagem sustentável para vítimas de escalpelamento

Mulheres vítimas de escalpelamento acidental participaram do projeto “Sustentabilidade ambiental, social e econômica para promoção da saúde e de qualidade de vida aos povos da Amazônia”, realizado pela Secretaria de Educação do Estado do Pará (Seduc), em parceria com Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (Fscmp) e a Universidade do Estado do Pará (Uepa).

Iniciado no mês de maio e com previsão de ser concluído em agosto, o projeto tem como objetivo construir conhecimentos e desenvolver habilidades a partir de reflexões sobre desafios e potencialidades para o desenvolvimento sustentável em contexto local, regional e global. Para isso, a equipe de educadores parte da valorização de aspectos naturais, sociais e culturais próprios das comunidades de origem dos educandos, em sua maioria meninas e mulheres vítimas de escalpelamento acidental.Professora-referência da classe hospitalar do Espaço Acolher, Denise Soares, falou sobre a origem das alunas e a didática dos atendimentos.

 “Aqui, a gente atende e trabalha com uma mistura de aprendizagem. Elas são oriundas da Amazônia Paraense, como Marajó, que é a região onde mais ocorrem os acidentes com escalpelamento, a região do Tocantins, que é próxima à Belém, o Baixo Amazonas e a região Xingu, que estão próximas de outros estados. Nós fazemos atendimento praticamente individual, com os saberes, a cultura, até formar  um grupo de trabalho com todas elas”, destacou ela.

Pautadas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e no Documento Curricular do Estado do Pará, as ações relacionadas ao projeto temático consistem em aulas dialogadas, rodas de conversa, oficinas e atividades vivenciais que priorizam o protagonismo dos educandos por meio da escuta ativa e da construção colaborativa de saberes. A avaliação das ações é realizada de forma contínua, sistemática e por meio de instrumentos diversificados, que incluem a utilização de recursos tecnológicos no âmbito da comunicação.

 

A estudante Rayza da Silva, 19 anos, é do município de Curralinho e falou sobre a importância do projeto para a sua aprendizagem e desenvolvimento social.

“Na classe hospitalar, eu aprendi muitas coisas e contribuo, trazendo um pouco desse conhecimento que aprendi aqui para minha comunidade, pras pessoas onde eu convivo. Me ajudou a desenvolver o meu lado mais falante, a construir a minha vida social, pode se dizer assim”, disse emocionada.

A finalidade do projeto é propiciar a continuidade do processo de desenvolvimento e aprendizagem de educandos oriundos de diferentes localidades, assegurando aos mesmos o vínculo escolar durante todo o tratamento. Para isso, a equipe de educadores conta com o suporte teórico-metodológico do Núcleo de Educação Popular Paulo Freire, da Universidade do Estado do Pará (Uepa), coordenado pelas Professoras Doutoras Ivanilde Apoluceno e Tânia Lobato.

Certificação – O projeto em questão, intitulado “Sustentabilidade ambiental, social e econômica para promoção da saúde e de qualidade de vida aos povos da Amazônia” avalizou a classe hospitalar do Espaço Acolher como referência em boas práticas de educação ambiental e sustentabilidade, em cerimônia ocorrida no dia 05 de junho deste ano, sendo certificado pelo Governador do Estado do Pará, Helder Barbalho, e pelo Secretário de Estado de Educação, Rossieli Soares.

Histórico – A classe hospitalar do Espaço Acolher foi instituída em 2011, por meio de um Convênio de Cooperação Técnica estabelecido entre a Secretaria de Educação do Estado do Pará (Seduc) e a Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (Fscmp). A classe faz parte de um programa da Seduc vinculado à Coordenadoria de Educação Especial (Coees), voltado à educação de crianças, jovens e adultos que precisam realizar tratamento de saúde em contexto hospitalar ou domiciliar adaptado.

Tal convênio é análogo aos estabelecidos pela Seduc com outras nove instituições, além do atendimento pedagógico domiciliar prestado a estudantes impossibilitados de frequentar a escola por motivo de enfermidade, e possibilita o acompanhamento contínuo desses estudantes por equipes de professores do quadro da Seduc. A manutenção dos vínculos escolares é assegurada pela Escola Estadual Barão do Rio Branco, da qual o referido programa é um anexo.

As atividades da classe hospitalar do Espaço Acolher serão retomadas em agosto.

Texto: Clayton Santos/Ascom Seduc

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