Mais de 30 crianças serão beneficiadas pelo mutirão do pé torto congênito

Oito crianças acometidas com pé torto foram beneficiadas, nesta sexta-feira (26), com a cirurgia de correção realizada pela Fundação Santa Casa. Em parceria com o Centro Integrado de inclusão e Reabilitação (CIIR), do governo de Estado, outras 32 estão cadastradas para fazer o procedimento, que vão ocorrer nas próximas sextas-feiras de agosto.

Tainara Florenzano Cunha, mãe de Lorenzo de Souza, de 7 meses, veio de Parauapebas, no sudeste do Estado, na expectativa da cirurgia para o filho. “A gente fica muito nervosa nessas horas. Mas a gratidão para que essa situação seja sanada o quanto antes é única”, diz.

Segundo a diretora assistencial em exercício da Fundação Santa Casa, Nelma Machado, antes do procedimento, as crianças fazem o primeiro atendimento no CIIR, quando os médicos fazem a avaliação e todo o pré-operatório. “A cirurgia é agendada no nosso Núcleo Interno de Regulação e o procedimento cirúrgico também é feito aqui. Elas ficam algumas horas no pós-operatório, são liberados pela equipe médica e depois retornam para o ambulatório do CIIR para fazerem toda a reabilitação por lá”, explicou.

O presidente da Fundação Santa Casa, Bruno Carmona, falou que a ação conjunta com o Centro Integrado, com apoio do governo do Estado, é fundamental para viabilizar um mutirão dessa envergadura, ofertando tratamento de inclusão e reabilitação. Segundo ele, o projeto de parceria nasceu encabeçado pela Sespa.

“Em menos de 60 dias, conseguimos estabelecer a parceria interinstitucional e garantir a liberação de recursos, para realizar o atendimento desses pacientes em caráter de mutirão. A ideia é colocar na rotina do hospital o tratamento dessas crianças. O governo, por meio da Sespa, está conseguindo fazer os ajustes necessários para que isso ocorra em prol da sociedade o mais breve possível”, destacou.

Para o coordenador da equipe do mutirão, o médico ortopedista Paulo Braga, o trabalho de parceria para ajudar esses pacientes foi iniciado no dia 15 de fevereiro. “Diferentemente do adulto, nas menores, se tem um prazo para tratar as patologias, senão elas vão agravando. Temos crianças de quatro meses a dois anos de idade”, ressaltou o especialista.

Famílias – Thomas Edson Bezerra da Silva, pai de Aurora Celestina Bezerra, de 8 meses, é de Altamira, no oeste paraense, e contou que o problema no pé direito da filha foi detectado ainda na gravidez. “Após o nascimento, começamos a fazer todos os procedimentos para a correção. Fomos para o Hospital Regional de Altamira, que nos encaminhou para o CIIR, em Belém, e agora chegou o momento cirúrgico que vai corrigir o pezinho de nossa filha”, lembrou.

Emanoel Gomes Filho, morador do distrito de Icoaraci, em Belém, pai da Maysa Gabriele de 2 anos, que nasceu com encurtamento de tendão nos dois pés, foi encaminhada pelo Pronto Socorro Municipal para o CIIR. “Ela chegou a fazer fisioterapia por três meses, mas não resolveu. Agora, nós chegamos aqui com as bençãos de Deus, com muita gente orando pela minha filha e agora vai dar tudo certo”, agradeceu.

Pé torto – O pé torto é uma deformidade que faz com que o pé vire para dentro. O tendão de Aquiles fica tenso, empurrando o calcanhar para cima da perna e impedindo que o pé permaneça deitado no chão.

Estima-se que mais de 100 mil bebês nascem com pé torto a cada ano em todo o mundo, sendo que 80% dos casos ocorrem em países em desenvolvimento. A maioria não é tratada de forma adequada.

O pé torto é uma carga física, social, psicológica e financeira para os pacientes e seus familiares e para a sociedade. Globalmente, o pé torto negligenciado é a causa mais séria de incapacidade física entre todos os defeitos músculo-esqueléticos congênitos. E estas deficiências prejudicam a criança no que se refere a andar, sentar, ficar em pé e usar as mãos.

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