Setembro é um mês dedicado a reforçar a importância da doação de órgãos e tecidos: O Setembro Verde. E por conta dessa temática, a Santa Casa do Pará que é um hospital transplantador realizou na manhã desta quinta-feira (21), uma programação especial que tratou da ‘Qualidade e Segurança na Doação e no Transplante’, com relato de experiência transplantado; Transplante no Pará; Transplantes renais e hepáticos.
Nelma Machado, médica intensivista e coordenadora da Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgão e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) da Santa Casa, falou sobre a importância da instituição como hospital transplantador. “A partir de 2022 a gente entra como hospital produtor de pacientes com potencial para doação. Um trabalho em várias áreas do hospital. Começamos a trabalhar no processo de educação em conjunto com a Central Estadual de Transplantes (CET-Pa/Sespa) e fomos avaliar como a Santa Casa, como hospital transplantador, poderia implementar várias ações. Ações fundamentais para contribuir com esse ato de amor que é a doação de órgãos e tecidos”.
Ierecê Miranda, coordenadora da CET-Pa, esclarece que o trabalho com a instituição Santa Casa contribui com a qualidade e diversidade de serviços de alta complexidade que hoje a Santa Casa possui. “O ingresso do transplante renal pediátrico, que é o único no estado do Pará, e depois com o ingresso do transplante hepático, o primeiro transplante hepático realizado em hospital público da região norte, e isso não é pouca coisa. É o resultado porque a gestão entendeu a necessidade e abraçou isso com muita responsabilidade, e isso só traz orgulho para o nosso estado”.
“Por tudo isso esse setembro está sendo diferente e com certeza com a ajuda de todos e mais o envolvimento e conhecimento da causa, do que acontece nas etapas e desse resultado se sinta mais responsável por todo esse avanço. Desde a direção até os que estão nas demais esferas do hospital”, destaca Ierecê.
Norma Assunção, diretora Técnica Assistencial da Fundação Santa Casa, destacou na abertura do evento que a instituição abraçou o setembro verde e trazer a Central Estadual de Transplante para dentro da Santa Casa foi uma iniciativa legal. “E fazer a nossa equipe entender a importância que é a doação de órgão e trabalhar em função disso é fundamental. A gente precisa fazer a nossa equipe entender que quem está na ponta ou dentro da UTI possa reconhecer um potencial doador. Então qualificar essa equipe para esse reconhecimento, essa conduta, esse diagnóstico e esse cuidado foi um passo importante para a gente seguir adiante”.
“Decidimos ser um hospital transplantador. Começamos com o transplante renal pediátrico, que estava dentro da instituição e que precisava ter esse olhar e conseguimos em 2019, com o trabalho de uma equipe de alto nível, iniciar o transplante renal pediátrico. E, a partir deste ano começamos a fazer nossos transplantes hepáticos, em adultos”, destaca a diretora.
Ato de doar – doutora Norma Assunção destaca que um ponto importante é como conscientizar nossa população, e até nós mesmos, dessa importância de manifestarmos às nossas famílias o interesse e a vontade de sermos um doador. “É necessário que cada um de nós possamos trabalhar com a nossa família, com nossos amigos essa conscientização quando teremos mais e mais doadores porque as pessoas engajadas tendem a ser mais favoráveis e interessadas no ato de doação. Essa conscientização é o nosso desafio. Sermos agentes dessa felicidade”.
Ana Gabriela, assistente social, foi a primeira paciente transplantada de fígado na Santa Casa, fez um depoimento emocionado. Disse que há 14 anos foi diagnosticada com hepatite autoimune, “desde lá comecei a perder minha qualidade de vida e de cinco anos para cá desenvolvi cirrose e tive muitas vezes que ser internada, inclusive nas Unidades de Terapias Intensivas (UTIs), estava muito ruim, bem debilitada.
“Quando foi no dia 26 de fevereiro me ligaram e disseram para vir para Santa Casa, que tinha um fígado para mim. Fui internada e uma equipe completa com excelentes profissionais fez minha cirurgia que durou algumas horas. Passei alguns dias internada e fiz uma evolução lenta nos três primeiros meses. Depois a minha qualidade de vida mudou completamente”, informou Ana.
“Voltei a minha vida normal, já estou fazendo meu mestrado, já estou pintando novamente. Antes eu pintava, mas tive que parar em função de cãibras nas mãos, devido a doença. E hoje já voltei a sair, toda uma vida normal. Agradeço a Deus, a família da doadora, a equipe do doutor Rafael Garcia (médico cirurgião que coordena o Transplante Hepático na Santa Casa). Se não fosse a família dessa doadora eu não teria chances. Eu estava muito ruim e tinha poucos meses de vida. Eles devolveram a minha vida”. Disse emocionada Ana Gabriela.
Acão no shopping – Com a temática ‘Plante amor por onde for’, relacionado ao setembro verde, que é um mês dedicado a reforçar a importância da doação de órgãos e tecidos, acontece neste sábado (23), das 10h às 20h, ação solidária que tem o compromisso com a causa, ensinando mais a população sobre o processo de doação de órgãos.
O evento acontecerá no Espaço Cultural do Shopping Castanheira. O espaço fica localizado no corredor de acesso ao pórtico (passarela) da BR. É aberto a toda a população e terá a seguinte programação: Profissionais da área esclarecendo e tirando dúvidas; Oficina de Pintura para as crianças; Quiz mitos e verdades sobre o transplante; Roda de conversa com pacientes transplantados que irão dividir sua experiência às 16h e 18h; Encerramento com show musical
