A Santa Casa, centenária instituição de saúde pública, conta hoje com seis infectologistas, e registra quase 40% de queda nas Infecções nos últimos sete anos
Desde 2017, a Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMPA), em Belém, registra avanços na redução de Infecções Relacionadas à Assistência em Saúde (Iras), resultado de uma política institucional voltada à segurança do paciente e de uma série de ações de capacitação e aplicação de medidas implementadas e supervisionadas pelos infectologistas que atuam na Assessoria de Controle de Infecção Hospitalar (ACIH) da instituição.
Segundo a enfermeira Adriana Moreira, que atua na ACIH e acompanha o trabalho desenvolvido pelos médicos, “na FSCMPA estes profissionais atuam na Prevenção e Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde, além de participarem de importantes projetos, como a Estratégia Multimodal de Higienização das Mãos da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), de dimensão nacional em instituições hospitalares. Suas atuações contribuíram para que a Fundação mantenha pelo sétimo ano consecutivo queda nos índices de infecções”. São profissionais essenciais no ambiente hospitalar, cujo trabalho é celebrado no Dia do Infectologista – 11 de Abril.
Monitoramento – Atualmente, a Santa Casa conta com seis médicos infectologistas, que desenvolvem o trabalho de assistência ao paciente, monitoramentos e orientações para as equipes de assistência, visando ao controle de infecções.
“Desenvolvemos o trabalho de orientação voltado à higiene das mãos, uma medida essencial para o controle de infecções e salvar vidas. Também orientamos sobre o uso consciente de antimicrobianos, que é um problema nos hospitais do Brasil e do mundo, um trabalho que realizamos com a equipe da ACIH e da Gerência de Educação Permanente do Hospital, num processo de educação continuada. Além disso, estamos dentro dos setores fazendo as avaliações, e ainda para dar assistência ao paciente, nos casos que cabem ao infectologista acompanhar”, explicou o infectologista Paulo Farias, responsável técnico pela ACIH da Santa Casa.
Além da atuação dos infectologistas e da equipe da ACIH, o médico destacou que a redução da infecção hospitalar na Santa Casa em aproximadamente 40%, nos últimos sete anos, está relacionada à cultura de segurança do paciente introduzida desde 2017, e que vem se fortalecendo e gerando resultados positivos, refletidos nos indicadores.
“A gente gosta de falar que, na realidade, essa redução não é só a questão do profissional, mas também o comprometimento de toda a instituição. Demos início aos processos de Acreditação. O número de profissionais, que em 2017 era apenas um, chegou a seis atualmente com a entrada de novos concursados. Tivemos melhoria nos processos também com investimentos em insumos melhores. Por exemplo, a gente tem um álcool de melhor qualidade, sabão, papel, dispensadores que funcionam, enfim, produtos de melhor qualidade e mais próximos da assistência, além de padronizados, o que junto com a orientação que a gente dá resulta nessa redução”, informou o especialista.
Além da queda nos índices de infecção, que gera melhores resultados no tratamento dos pacientes com a diminuição de mortalidade e do tempo de internação, a capacitação para a melhoria nos indicadores de Iras resulta na otimização do uso dos recursos e redução nos custos, ampliando a assistência.
