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Espaço Acolher da Fundação Santa Casa encerra ano letivo da Classe Hospitalar

Referência materno-infantil de média e alta complexidade, a Fundação Santa Casa do Pará conta com uma equipe multiprofissional em várias especialidades, entre as quais o Programa de Atendimento Integral às Vítimas de Escalpelamentos (Paives), com atendimento no hospital e amparo no Espaço Acolher, da instituição.

Luzia Matos, gerente do Espaço Acolher, diz que o local atende as vítimas de escalpelamento em caráter de prioridade com seus acompanhantes. “Atende as mães que estão com seus bebês internados e demais demandas da Santa Casa, de curto prazo, sempre de pacientes que não tenham casa de apoio em Belém e que necessitam ficar um pouco tempo aqui ou aguardando transporte”.

 

“Dentre as atividades do Espaço Acolher, nós temos a classe hospitalar que é feita através de um convênio com a Seduc, que disponibiliza uma equipe que atua junto às adolescentes e crianças atendidas no Espaço. Temos também uma parceria com a UEPA que atende na brinquedoteca as crianças”, diz Luzia.

A gerente relata que anualmente, se faz o encerramento da classe hospitalar e estava a mais de um ano sem poder fazer o encerramento, com festa, por conta da pandemia. “Esse ano, com todos os cuidados, com uso de máscara, álcool em gel, lavagem de mãos, com orientação a todas as meninas, nós fizemos uma festa de final de ano para a culminação do período letivo da classe hospitalar”.

Integração – A manhã foi de alegria e de muita emoção no Espaço Acolher. A Classe Hospitalar realizou um momento de confraternização e encerramento das atividades escolares com direito a auto de natal intitulado: Natal Ribeirinho. As alunas dramatizaram o texto: “Para as crianças da minha terra”, do escritor paraense João de Jesus Paes Loureiro.

Para o menino Jesus Cristo levaram de presente: brinquedos de miriti, um pássaro, ramos de açaí, patchouli e cantaram para Jesus a música Uirapuru do maestro Waldemar Henrique. Todas as pacientes receberam presentes doados por colaboradores do espaço, além de cestas básicas. A confraternização de final de ano foi encerrada após um almoço.

Espaço Acolher – Criado para garantir o atendimento psicossocial às vítimas que passam meses na capital paraense enquanto aguardam cirurgias reparadoras ou outros procedimentos para melhorar o estado clínico e psicológico, o Espaço Acolher, mantido pelo Governo do Pará, por meio da Fundação Santa Casa de Misericórdia, também recebe acompanhantes das vítimas, quando necessário.

Atualmente, o governo do Estado assegura atendimento às vítimas de escalpelamento por meio do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas, cujo fluxo inclui unidades básicas de saúde, unidades de urgência e emergência, Hospitais Regionais e a Fundação Santa Casa do Pará, através do Programa de Atendimento Integral às Vítimas de Escalpelamento.

Eixo do Motor – O escalpelamento é o acidente provocado pelo eixo do motor de pequenas embarcações. Por causa da falta de proteção no eixo, as vítimas – a maioria mulheres -, ao se aproximarem do motor, têm os cabelos arrancados, muitas vezes lesionando outras partes do crânio. Desde 2009, uma lei federal tornou obrigatória a proteção do eixo do motor. No entanto, apesar da fiscalização, embarcações ainda trafegam pelos rios da Amazônia com o eixo exposto.

A perda do couro cabeludo em embarcações, em geral, acontece quando o eixo do motor de uma embarcação não tem cobertura e os fios do cabelo se enrolam ao eixo, arrancando de forma total ou parcial o escalpe da vítima.

Cirurgias reparadoras são feitas, mas o cabelo não nasce mais. Há casos em que as vítimas também perdem inclusive orelhas, sobrancelhas e por vezes uma enorme parte da pele do rosto e pescoço, levando a deformações graves e até à morte. A maior parte das vítimas é moradora de comunidades ribeirinhas, onde o barco é o principal meio de transporte.

Por Samuel Mota (SANTA CASA)

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