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Com mais de 20 transplantes renais pediátricos realizados, Santa Casa é referência no Pará

Só em 2024, a Santa Casa já realizou quatro transplantes renais pediátricos e 28 crianças estão, atualmente, em tratamento de terapia renal substitutiva no hospital público

“Vovó, estou indo para casa!”, disse o pequeno João ao Guilherme, de 7 anos, nesta segunda-feira, 20, em uma ligação cheia de emoção e significado. Isso porque, no último dia 10 de maio, o menino recebeu um novo rim, na Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMPA), referência no Estado.

Desde 2019, a Santa Casa já realizou 23 transplantes renais. Em 2024, João Guilherme é uma das quatro crianças que receberam um novo rim no hospital público. Com as malas prontas, a mãe do menino, Crislane Silva, está confiante na melhora da qualidade de vida do filho após o transplante. “Há 11 meses o João vinha fazendo hemodiálise e por isso não podia brincar, tomar banho, fazer o que toda criança gosta. Agora que fez o transplante, sei que a vida dele vai melhorar, vai poder voltar à escola, brincar e até comer algumas coisas que antes não podia”, afirma a mãe.

Conforme explica a nefrologista pediátrica, Thais Serrão, com o transplante, o paciente renal crônico ganha mais qualidade de vida, mas ainda precisa manter os cuidados, tendo uma alimentação equilibrada, fazendo uso dos remédios corretamente e mantendo o acompanhamento médico conforme orientado. A médica também alerta os pais sobre situações nas quais é possível prevenir o adoecimento ou pelo menos garantir um diagnóstico precoce de alterações que possam levar a necessidade de um transplante.

“A gente pensa que não, mas tem criança com obesidade, tem criança com hipertensão, tem criança com algumas doenças que sobrecarregam o rim. Às vezes nos deparamos também com pacientes com rim único, uma malformação que poderia ter sido identificada cedo para que a criança, com uma alimentação adequada e um estilo de vida compatível, tivesse mantida a capacidade de filtração renal. Então a gente precisa também que a criança passe por uma triagem, com exames laboratoriais e de imagem, para ver como está a sua função renal”, explica a médica.

E como forma de prevenção para a população em geral, a médica dá algumas orientações sobre hábitos saudáveis. “O ideal é prevenir que a doença chegue, tendo uma alimentação balanceada, fazendo exames médicos com frequência para saber como está a função renal, prevenindo o diabetes e a hipertensão, a qual são as principais causas de doença renal crônica do adulto, não fumar e não abusar no consumo de bebidas alcoólicas. Nada pode ser em exagero para não sobrecarregar o rim que é o órgão que filtra todo o nosso sangue”, conclui.

Entre os sinais de que o rim não está bem está inchaço, que pode ser por todo o corpo ou localizado no rosto, pálpebras, mãos, pés, braços e pernas); o excesso de sede, dor ou dificuldade para urinar, assim como vômitos, anemias, pressão alta, infecções urinárias repetitivas e até atraso no desenvolvimento e crescimento da criança.

Na Santa Casa, 28 crianças estão, atualmente, em tratamento de terapia renal substitutiva na Santa Casa aguardam por um transplante de rim. A enfermeira Adriana Benjamim, coordenadora da equipe de cirurgia renal do hospital faz um apelo para que as pessoas se sensibilizem para as doações de órgãos, que podem favorecer às crianças na fila de espera.

“O transplante é de grande importância para os nossos pacientes que aguardam na fila. Por isso, é necessário que a sociedade se conscientize sobre a importância da doação de órgãos para salvar a vida dessas crianças que precisam desse ato de amor”, conclui.

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