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Santa Casa tem ambulatório especializado no acompanhamento multiprofissional de prematuros.  

O serviço é voltado para crianças egressas do setor de neonatologia do hospital e, só este ano, já realizou mais de 10 mil atendimentos.

Quem vê Ana Laura brincando e esbanjando saúde, não imagina que a menina, agora com 3 anos e 4 meses, nasceu prematura e ficou 1 mês internada na Santa Casa.

Hoje ela ainda volta ao hospital regularmente, mas apenas para o acompanhamento no ambulatório do prematuro, espaço que atende bebês egressos do setor de neonatologia na Santa Casa, nascidos com menos ou até 35 semanas e com baixo peso ( com menos de 2 quilos e 500 gramas).

“Eu não tinha completado 7 meses de gestação quando fui encaminhada para Santa Casa com a pressão muito alta. Fui internada, e como os exames mostraram que a bebê também estava em risco, decidiram logo fazer o parto. Ela nasceu e foi pra UTI e de lá fui com ela pro Canguru pra ela ganhar peso e quando ela recebeu alta do hospital, já fui encaminhada pra cá”, conta Divanilda Ferreira, mãe de Ana Laura, que acredita que todo o acompanhamento que recebeu, desde a internação até o ambulatório, contribuiu com o desenvolvimento da menina.

“A gente quando é mãe de primeira viagem, não sabe muita coisa, fica insegura. E ainda é mais difícil quando o bebê é prematuro. Mas eu fui muito bem atendida e orientada desde lá do Canguru até aqui sobre os cuidados que eu precisava ter com ela, o que precisa observar. Eu fiz tudo direitinho, venho para as consultas, e Graças a Deus, a minha filha está crescendo saudável”, conta emocionada Divanilda.

No ambulatório do prematuro as crianças são acompanhadas por uma equipe multiprofissional, que conta com enfermeiros e técnicos de enfermagem, psicólogos, médicos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas e fonoaudiólogos, além de uma equipe de apoio; cada um na sua especialidade e um colaborando com o outro para oferecer o melhor para o paciente.

A pediatra Rosangela Patrazana integra a equipe do ambulatório há 17 anos e ressalta algumas características do bebê prematuro que exigem uma abordagem especializada e também multiprofissional.

” Por serem prematuros,  nascem com os sistemas imaturos, requerendo maiores cuidados, com intervenção imediata se necessário, pois o risco de internações fica bem maior, quando comparados com bebês nascidos de termo. Como médica o meu atendimento inclui orientações, prevenção, diagnóstico e tratamento; mas todos os profissionais da equipe, são de fundamental importância na assistência para um adequado desenvolvimento neuropsicomotor da criança”, detalha a médica.

Equipe multiprofissional – Também com experiência de mais de uma década de atuação no ambulatório do prematuro, a fisioterapeuta Daniele Scasa, concorda com a importância do acompanhamento interdisciplinar do paciente. Além desse aspecto, ela ressalta a necessidade de se incluir o cuidador na estimulação, seja ele mãe, pai, avós, outro membro da família ou alguém designado para esse fim.

“Entre as orientações dadas aos cuidadores de prematuros estão o posicionamento para dormir, o carregar mais adequado, exercícios de estimulação das habilidades motoras com o objetivo destas estarem equivalentes ao desenvolvimento motor de sua idade cronológica e a importância dos cuidadores estimularem essas habilidades em diferentes ambientes”, destaca a fisioterapeuta que  realiza as avaliações dentro de um ambiente lúdico e seguro para que os prematuros e familiares se sintam acolhidos.

Além do atendimento com a fisioterapeuta, no ambulatório as crianças ainda recebem o atendimento da fonoaudióloga e da terapeuta ocupacional, que também orientam sobre os cuidados e a estimulação adequada.

A fonoaudióloga Alessandra Bailosa conta como se dá esse trabalho dentro da sua especialidade.

“Como fonoaudióloga avaliamos o desenvolvimento motor e da linguagem do bebê prematuro, observando e avaliando cada fase do desenvolvimento, realizando a estimulação do desenvolvimento neuropsicólogo e da linguagem, incluindo a audição, sempre que necessário “, explica Alessandra.

Já o trabalho da terapeuta  ocupacional consiste, segundo Carla Scasa que é terapeuta da Santa Casa há 15 anos, no acompanhamento do desenvolvimento neuropsicomotor das crianças, avaliando áreas do desempenho ocupacional , além do brincar simbólico e orientações das atividades de vida diária.

“Quando a criança se encontra em atraso do desenvolvimento neuropsicomotor será inserida no Programa de Intervenção Precoce, que consiste em terapia semanal para estimular aspectos sensório- motores e percepto- cognitivos. São realizados nos atendimentos orientações junto aos cuidadores no sentido de oferecer suporte como estimular em domicílio o desenvolvimento global, manuseios, práticas diárias e orientações quanto ao brincar simbólico”, explica a terapeuta ocupacional.

Na retaguarda de todos esses cuidados se agrega o atendimento psicológico que engloba o paciente; com a observação dos aspectos comportamentais, afetivos e os fatores de risco para o desenvolvimento;  e fornece apoio para quem cuida dessas crianças, como explica a psicóloga Cláudia Collins.

“Costumamos observar  o comportamento da criança no momento da consulta, além do relato de sua dinâmica relacional, familiar e social, que as mães trazem. Também fazemos a escuta terapêutica das mães com relação a vivência das demandas da maternidade de um bebê prematuro. Muitas mães apresentam questões emocionais importantes por lidarem com um filho prematuro. No momento da consulta são acolhidas e orientadas, e quando há necessidade, até encaminhadas para um acompanhamento especializado” conclui a psicóloga.

Alta ambulatorial – Desde o primeiro atendimento ao bebê prematuro até a alta do paciente, que ocorre normalmente aos 4 anos, são dezenas de consultas, exames, avaliações e orientações que exigem da equipe muita qualificação técnica e profissionalismo.

Mas diante de tantos cuidados, as relações entre profissionais, cuidadores e pacientes também agregam afeto e amizade, como relata Gizele Lima, enfermeira neonatologista, que ao longo de 15 anos no atendimento já viveu experiências emocionantes.

“A gente acaba tendo um vínculo muito forte com as crianças e com as mães, que confiam muito na equipe. Quando chega o momento da alta é uma mistura de alegria, pois isso significa que a criança teve uma boa evolução e está bem, e também tristeza de ambas as partes, pois já começamos a sentir saudades. É esse sentimento de amor e saudade e de dever cumprido, pois isso revela que a gente fez um bom trabalho”, afirma a enfermeira.

Para Elielma Lopes, mãe da Maria Elisa , a alegria é por ver a filha, que nasceu pesando 1 quilo e 400 gramas, chegar aos 4 anos com peso, altura e todo o seu desenvolvimento adequado para a idade

” Eu só tenho um sentimento de gratidão neste momento, mas também de saudade. Gratidão pelo excelente atendimento que a minha filha recebeu de todos esses profissionais da Santa Casa”, diz a mãe.

De janeiro a outubro de 2023, o ambulatório do prematuro da Santa Casa realizou mais de 10 mil consultas multiprofissionais, incluídos os atendimentos médicos, fisioterápicos, psicológicos, fonoaudiológicos, terapêuticos ocupacionais e de enfermagem.

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