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Santa Casa realiza cirurgias em pacientes acometidas com endometriose profunda

O endométrio é um tecido que reveste a parede interna do útero; a endometriose profunda é uma doença ginecológica que provoca inflamações e dores intensas

“No começo de 2020, fui atendida pelo médico de Mãe do Rio, que me encaminhou para a Santa Casa, já com o diagnóstico de endometriose profunda, para fazer o tratamento cirúrgico aqui no hospital. O meu encaminhamento veio pela regulação do SUS, lá da minha cidade, onde os médicos disseram que essa cirurgia só poderia ser feita na Santa Casa, em Belém”. O relato é de Maria Elisângela Menezes, de 30 anos, comerciária, moradora da cidade de Mãe do Rio, nordeste do estado, que fez sua cirurgia na última semana.

O benefício cirúrgico para pacientes acometidos com a endometriose profunda, conforme ocorreu com  Maria Elisângela, prevê que a paciente antes passe pelo ambulatório da Mulher. “Fui encaminhada ao ambulatório da Mulher, onde fiz três consultas e depois duas equipes médicas realizaram essa minha cirurgia, o médico ginecológico e o cirurgião geral, porque precisava mexer com meu intestino, já que meu caso era bem avançado”.

“Vinha com esse sofrimento desde a minha adolescência, todos os meses. É muito doloroso. Todo mês é aquela dor horrível. Antes da menstruação e durante a menstruação. Essa cirurgia agora me dá outro sonho. Sempre tive o sonho de ser mãe. Há muito tempo tentava engravidar e nunca consegui e agora tenho essa oportunidade. Se Deus quiser vai dar certo. Essa cirurgia e esse atendimento pós-cirúrgico é excelente aqui. Agora espero estar livre desse sofrimento”, disse Maria Elisângela.

Elineth Valente é gerente do complexo ambulatorial e informa que esse tipó de atendimento não é de livre demanda. O encaminhamento do caso deve partir da rede pública de Saúde. “Nós atendemos essas pacientes encaminhadas pela rede estadual, no ambulatório de cirurgia ginecológica e a equipe multi do ambulatório da mulher. O fluxo de atendimento tem que ser referenciado por meio do Sistema Estadual de Regulação (SER)”.

“Nós temos esse serviço. A cirurgia ginecológica faz o atendimento nessa situação. Temos médicos que trabalham no Ambulatório da Mulher e que atendem endometriose. Quando há necessidade, a cirurgia ginecológica atende junto com a cirurgia geral. Na verdade, envolve toda a equipe do Ambulatório da Mulher, com profissionais de psicologia, assistente social, enfermeiros, fisioterapeutas e os cirurgiões”, destaca Elineth Valente.

Em relação a endometriose profunda, o médico Helder Ikegami, gerente da Clínica Cirúrgica da Santa Casa, explica tratar-se de doença ginecológica em que o tecido do endométrio, que fica dentro do útero, cai na cavidade pélvica causando uma série de transtornos como dores que são resultado de aderências, inflamações, infiltrações em diversos órgãos tanto da parte ginecológica quanto da parte intestinal.

“Criamos um fluxo interno de atendimento a essas pacientes e quando elas são diagnosticadas no ambulatório de ginecologia, são encaminhadas ao ambulatório de cirurgia geral onde faço o diagnóstico e depois as duas equipes, em conjunto, fazem o agendamento da cirurgia”, informou o doutor Helder Ikegami.

Sobre a prevenção, o doutor Helder Ikegami informa que quando a mulher tiver uma dor pélvica crônica cujos exames não mostram uma causa definida, ela tem que pensar na possibilidade de ser endometriose profunda e procurar um centro de referência para investigar o quadro. “Hoje, a Santa Casa está se tornando um desses centros de referência no diagnóstico e no tratamento”.

O diagnóstico da endometriose profunda é baseado em sintomas e na realização de exames de diagnóstico, como videolaparoscopia, tomografia, ultrassonografia e/ou ressonância magnética.

“Os aparelhos que utilizamos trazem muitos benefícios para nossos usuários que precisam dessas cirurgias, entre as quais a endometriose que acomete as mulheres. São feitas cirurgias que chamamos de vídeo-diagnósticos. Nós, profissionais cirurgiões, ganhamos muito com esses equipamentos, na Santa Casa, por conta do dinamismo nas cirurgias com o fator tempo”, diz o doutor Ikegami.

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