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Santa Casa mantém atendimento a crianças renais durante a pandemia

Atualmente, 28 crianças são submetidas frequentemente à sessões de hemodiálise na Santa Casa

O Serviço de Terapia Renal Substitutiva Pediátrica da Santa Casa é o único do Estado e essencial, pois dele depende a sobrevivência das crianças que sofrem de doenças renais crônicas, enfermidades que podem levar os rins a não cumprirem seu papel de filtrar o sangue. Atualmente, são atendidas na Santa Casa 28 crianças de Belém e do interior do Estado, que são submetidas a sessões de hemodiálise realizadas três vezes por semana ou diariamente, de acordo com a indicação médica.

Alexandre Alves, 40, é morador do bairro Castanheira, em Belém. Ele leva seu filho ao serviço de terapia renal pediátrica da Santa Casa do Pará três vezes por semana. Para ele, a continuidade desse serviço é tão importante quando os cuidados que o paciente renal crônico deve ter nesse período de pandemia.

“A gente não pede pro nosso filho nascer assim, mas estamos aí na luta superando as dificuldades dessa pandemia. O Pedro tem dez anos e faz hemodiálise desde os sete, por isso considero de suma importância que a hemodiálise não pare, pois infelizmente muitas crianças precisam das máquinas. Lá em casa, a gente tem tomado todos os cuidados necessários com esse vírus, seguimos as orientações repassadas pela mídia e principalmente as que são feitas pelos profissionais aqui da terapia renal, uma vez que o risco de agravo da doença é maior para o renal crônico, caso ele pegue o coronavírus”, conta o pai.

 

Fluxo de atendimento – Para manter o atendimento e garantir a segurança de pacientes e acompanhantes, em meio a pandemia de Covid-19, a Santa Casa criou um fluxo de atendimento a pacientes com sintomas da doença, que começa antes mesmo da chegada do paciente ao hospital para a sessão de hemodiálise.

“Nós orientamos o responsável pela criança a informar ao serviço, previamente a sessão de diálise, se a criança está apresentando sintomas. Nesse momento ele é orientado a procurar nosso serviço onde ele já é recebido e avaliado em uma sala isolada e, a partir do momento em que o médico confirma a suspeita, esse paciente também realizará diálise nesta sala de isolamento. Então, se inicia todo um protocolo com a notificação, exame e avaliação do paciente quanto a sua criticidade para se definir se é um caso leve, onde esse paciente poderá retornar a sua residência, já recebendo todas as orientações e a receita, ou se esse paciente apresenta um quadro moderado a grave, quando poderá ser internado em enfermaria própria para casos de Covid-19 pediátrico e, se houver indicação de maior gravidade, será encaminhado para UTI”, explica Monick Calandrini, nefrologista pediátrica e coordenadora do Serviço de Terapia Renal Substitutiva Pediátrica da Santa Casa.

A médica também ressalta que as orientações sobre os cuidados para a contenção da Covid-19 vêm sendo repassadas há meses aos responsáveis e crianças por meio da equipe multiprofissional do serviço.

“Estão sendo feitas rodas de conversas, distribuição de materiais informativos, com leitura dentro dos turnos, explicando todos os cuidados de higiene e da lavagem das mãos, sobre a importância do uso das máscaras quando as crianças estiverem fazendo o deslocamento para o hospital, além de que evitem sair de casa e receber visitas, em função do risco de contaminação, por conta dessas crianças pertencerem ao grupo de risco e por serem imunossuprimidos pela própria doença renal”, esclarece Calandrine.

Para dona Maria Araújo, 52, moradora de Bragança, que acompanha o neto William de 6 anos nas três sessões semanais, a atenção dada ao neto no serviço de terapia renal, faz com que ela tenha um pouco de tranquilidade em meio aos desafios da doença e da pandemia.

“Na situação que a gente se encontra com essa pandemia, que a gente enfrenta tantos desafios pra chegar aqui, os profissionais estão firmes e fortes dando apoio e atenção às crianças. Ele vem sendo bem atendido aqui pela Santa Casa. E eu sou muito grata a Deus e aos profissionais aqui do hospital, pois antes dele iniciar o tratamento aqui, eu nem dormia e agora eu sei que ele vem tendo um bom acompanhamento”, ressalta dona Maria.

A Santa Casa também mantém o atendimento aos pacientes renais pediátricos transplantados com teleconsultas, para se evitar o deslocamento dos pacientes com exposição à Covid-19, por também se tratarem de pacientes imunossuprimidos.

O paciente transplantado só será orientado a ir ao hospital para a realização em casos de intercorrências, inclusive se apresentar sintomas relacionados à Covid-19, quando também será atendido por meio de um fluxo diferenciado.

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