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Atendimento humanizado ajuda na recuperação de pacientes na Santa Casa

“Passei por momentos bem difíceis, mas tive tudo que precisei. Fui entubada e quando acordei não lembrava de nada, tive amnésia temporária e passei uns dois dias para começar a tomar consciência. Foi quando o psicólogo veio conversar comigo e me explicou tudo que havia acontecido”. Grávida de sete meses e testando positivo para Covid-19, a moradora do bairro do Atalaia, em Ananindeua, Danielly Teixeira, 41,  deu entrada na Santa Casa no último mês de Abril e teve que ser submetida a uma cesariana para ter o pequeno Pedrinho, que nasceu pesando 1.200g e, mesmo sem ter contraído a doença da mãe, precisou ser entubado devido a prematuridade.

“Ao acordar pensei que tinha sofrido um acidente, não lembrava que tinha tido Covid-19 e nem que estava grávida, enquanto isso o meu filho estava na UTI neonatal. Quando fui tomando consciência das coisas, lembrei que estava grávida e fiquei enlouquecida, muito angustiada porque achava que estava com quatro meses e que o meu bebê não tinha sobrevivido. Quando cheguei na UCI e vi o meu filho senti que tinha acontecido um milagre na minha vida, a minha sobrevivência e o nascimento do meu filho.”

Danielly e o filho já estão em casa, mas antes de sair Danielly fez questão de agradecer aos servidores pelo atendimento recebido e elogiou a instituição pelo excelente serviço prestado. “Por onde passei todos foram muito atenciosos comigo, principalmente aqui na Unidade Canguru onde os profissionais têm um carinho muito especial por todos que chegam aqui, pois observo que não é só comigo. Aqui tem todo tipo de profissional que a gente precisa,  psicólogo, médico, terapeuta ocupacional e muitos outros. Fui atendida em tudo que precisei, por isso sou muito grata à Santa Casa do Pará e devo a minha vida a essa instituição, pois pelo que vi do cenário aí fora, mesmo que eu viesse a ser atendida no sistema particular não iria ter todos esse suporte que tive aqui”

João Miguel da Silva Guerreiro, psicólogo da Santa Casa há  quinze anos,  foi quem atendeu Danielly na UTI adulto centenário, onde ficavam os pacientes diagnosticados com Covid-19. Ele  explicou que a amnésia em pacientes pode ser resultado de uma série de fatores como o emocional, uso de medicamentos ou até mesmo sequelas da Covid-19, e  ressaltou que o suporte emocional aos pacientes internados em uma UTI não é função só do psicólogo, pois o acolhimento é feito por todos os integrantes da equipe multiprofissional.

“Quando a pessoa vai ser internada é normal ter um pouco de ansiedade, ficar angustiada ou ter medo. Esses sentimentos são normais, mas deixam de ser quando ficam exacerbados e aumentam o sofrimento, podendo até evoluir para situações de maior gravidade. Aqui na UTI, junto a equipe multiprofissional, aprendemos a importância de acolher bem esse paciente, ou seja, cada médico, enfermeiro, técnico, fonoaudiólogo, nutricionista, fisioterapeuta e os funcionários da limpeza tem sua função no acolhimento e na recuperação do paciente. E essa integração da equipe é fundamental para dar suporte emocional aos pacientes.”

Para a  médica Salma Saraty, gerente da Neonatologia da Santa Casa do Pará, o atendimento humanizado é importante na recuperação do paciente. A médica explicou que para garantir a proteção cerebral e o desenvolvimento adequado dos recém nascidos, a UTI pediátrica oferece uma assistência humanizada baseada no método canguru, no protocolo de manuseio mínimo do recém nascido e no controle da temperatura, luminosidade e ruídos no ambiente. “O acolhimento humanizado inclui também a mãe e a família, e é fundamental à recuperação dos bebês. Orientamos as mães sobre a importância da manipulação mínima do recém nascido e controlamos ao máximo o ambiente aqui na UTI pediátrica, pois estudos mostram que ruídos contínuos podem ocasionar sequelas e até surdez. A luminosidade também causa estresse nos recém nascidos, principalmente nos prematuros que possuem sistema nervoso central imaturo, por isso evitamos o excesso de luz e ruídos para que as crianças tenham um desenvolvimento adequado.”

Amnésia temporária – A médica Marília Gabriela, responsável pela gerência de Obstetrícia da Santa Casa, explicou que isso pode ser resultado de uma série de fatores como o emocional, período de intubação, pelo uso de medicamentos necessário à boa evolução e apesar de ser tudo muito novo, se pensa também na possibilidade da Covid-19 ter influenciado nessa confusão mental que alguns pacientes apresentam, onde eles confundem datas e podem apresentar alucinações auditivas e depois de duas ou três semanas vão melhorando.

Texto: Helder Ribeiro – Ascom/FSCMP

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