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Santa Casa destaca importância do pré-natal na prevenção e detecção precoce de patologias

O acompanhamento permite identificar doenças maternas ou fetais, já presentes no organismo, e que podem evoluir de forma silenciosa, como a hipertensão arterial etc

Um pré-natal bem realizado é a melhor medida para a prevenção ou detecção precoce de patologias tanto maternas como fetais, durante a gravidez, reforçam especialistas da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMP). Exames como ultrassom, urocultura, de grupo sanguíneo e o monitoramento regular de glicemia e de pressão sanguínea ajudam a investigar e a tratar doenças e anomalias antes que elas prejudiquem a mãe e o bebê ou que tornem a gestação inviável.

De acordo com a gerente da Tocoginecologia da maior maternidade pública da região Norte do país, a obstetra Marília Gabriela Luz, a forma mais eficaz de controlar os riscos de aborto e óbito fetal é sobretudo qualificando a assistência pré-natal e de intraparto. “Um bom pré-natal detecta e trata precocemente complicações”, pontua.

O caminho estrutural é investir na profissionalização das equipes de saúde, na conscientização da população e no acesso a serviços,

O trágico fenômeno de morte de feto pode ocorrer por inúmeros motivos, que vão de doenças maternas, como infecções e hipertensão, a traumas no momento do nascimento, passando por incompatibilidades genéticas entre o pai e a mãe do bebê e entre a mãe e o bebê.

Acolher e Tratar

Na hipótese de quadro de óbito fetal e admissão na Urgência e Emergência da Santa Casa, a paciente é acolhida conforme ferramentas preconizadas pelo Ministério da Saúde (MS), os chamados Protocolos de Acolhimento por Classificação de Risco. É traçado um plano terapêutico baseado em considerações clínicas e necessidades individuais.

A Santa Casa informa que a paciente fragilizada, emocionalmente, tem atenção global, o que inclui desde o suporte psicológico para a família. A maternindade observa que na maior parte das vezes, ao contrário do que o senso comum supõe, a indicação inicial não é de cesariana, mas de trabalho de parto induzido por medicamentos.

“A cesárea pode comprometer o futuro obstétrico da paciente, aumentando o risco de complicações futuras. Além disso, a recuperação imediata do parto vaginal é muito mais rápida e com menor risco de infecção e hemorragia”, explica a gerente da Tocoginecologia, Marília Gabriela Luz.

Superação

Segundo a doutora, quando uma mulher sofre a amarga experiência de uma perda gestacional não significa que ela não poderá engravidar de novo ou que nas suas próximas gestações as intercorrências se repitam. Muitas das causas de óbito gestacional são identificáveis e tratáveis.

“A expectativa é que a paciente possa engravidar novamente, sim. O ideal é o monitoramento clínico de possíveis complicações. É necessário enfatizar que essas complicações maternas após o óbito fetal são pouco frequentes e possíveis de diagnóstico e tratamento precoces”, esclarece Marília Gabriela Luz.

Júlia Sofia, 8 anos, nasceu prematura, porque Joelma Lopes, 22 anos, de Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém (RMB), à época, com 14 anos, desconhecia ser portadora de uma má-formação no útero. Segundo Joelma, a condição dificultava a gravidez.

Ano passado, Joelma engravidou, novamente, mas perdeu o bebê quatro meses depois. Agora, ela está grávida, de novo, e afirma estar mais segura com o pré-natal na Santa Casa.

“Minha segunda gestação aconteceu há nove meses, mas infelizmente perdi, eram gêmeas. Agora estou  com treze semanas, e gostando de fazer o pré-natal aqui porque eles têm mais cuidado, orientam mais, essas coisas, e por isso estou com muita fé de que desta vez a gravidez vai segurar”, afirmou a gestante.

Já Tássila Alves, 38 anos, em abril do ano passado deu à luz o saudável Theo Katú, nome escolhido por significar, segundo a mãe, ‘Deus é muito bom’. Theo Katú nasceu após a mãe e o pai, o administrador José Alves, 43 anos, terem sofrido juntos as dores de um aborto e de um óbito fetal, em menos de um ano.

A arteterapeuta Tássila Alves, que também é contadora profissional de histórias, psicoterapeuta e professora universitária apoiou-se nas artes e na criação de um grupo de apoio para famílias em luto por perdas gestacionais. “Precisei buscar terapia, mudar a alimentação, cuidar das emoções e resgatar autoestima e espiritualidade”, recordou.

No episódio de óbito fetal, ela se encontrava em uma concessionária, tentando comprar um carro para a família que aumentava, quando se sentiu mal e foi levada para a Emergência da Santa Casa. “O atendimento foi excelente, muito humanizado, de uma sensibilidade tamanha. Me deram a oportunidade de conhecer meu filho, de batizá-lo simbolicamente, Ilan Miguel, o que me ajudou a processar o luto”, contou Tássila Alves.

Cuidados necessários

De acordo com a Fundação Santa Casa, assim que descoberta a gravidez, a mulher deve procurar acompanhamento na Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de sua residência.

Caso haja diagnóstico de gestação de médio ou alto risco, é possível o encaminhamento para a Santa Casa, cujas estrutura, expertise e equipes multidisciplinares são referência em todo o Pará.

O Ambulatório da Mulher, setor especializado do Hospital, acompanha, atualmente, 450 pacientes com gestação de risco. Só este ano, já foram realizadas cerca de mil e 300 consultas médicas de pré-natal.

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