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Fundação Santa Casa comemora autonomia no transplante hepático

Hospital chega ao 10º transplante hepático e celebra a alta da paciente transplantada Wilma Cordovil

Wilma Cordovil ficou em tratamento no ‘ambulatório do fígado da Santa Casa’, durante 17 anos, devido a uma hepatite autoimune. Este ano, o quadro se agravou, e ela precisou se submeter ao transplante hepático, no Hospital. Nesta quarta-feira, 3), a equipe multiprofissional da Santa Casa celebrou a alta hospitalar de Wilma que voltou bem para casa.

“Eu já vinha sendo alertada pela médica que me acompanhava no ambulatório de que um dia eu poderia precisar do transplante, e tinha um pouco de medo, pois até dois anos atrás ainda não era feito aqui e eu fiquei um pouco receosa porque fiquei imaginando que teria que fazer toda uma mudança de vida, ir para outro estado, ficar um longo tempo na fila esperando. Mas no ano passado a Santa Casa começou a realizar o transplante e eu descobri que uma moça já tinha sido transplantada. E acompanhando tudo o que aconteceu com ela depois do transplante, vendo a transformação dela, eu fiquei confiante quando soube no meio deste ano que seria transplantada”, conta Wilma.

A confiança da paciente no processo de transplante hepático realizado pela Santa Casa do Pará desde o início de 2023, é fruto de um trabalho contínuo de aperfeiçoamento e da alta capacidade técnica e engajamento dos profissionais de saúde que integram a equipe transplantadora da instituição, que começou a realizar os transplantes com a supervisão de especialistas do Hospital Albert Einstein.

Cirurgias são realizadas com segurança e êxito na Santa Casa

“Chegar ao 10º transplante hepático este ano é um marco importante, que mostra a autonomia e capacidade da equipe e da instituição para manter ativo o programa de transplante de fígado, com segurança para os pacientes”, destaca o cirurgião digestivo, Rafael José Romero Reis, responsável técnico pela Equipe de Transplante de Fígado da Santa Casa.

Cada transplante é uma operação de alta complexidade que envolve diversas instituições e profissionais. No transplante de Wilma Cordovil, por exemplo, que precisou que a captação do órgão fosse realizada fora de Belém, dezenas de pessoas estiveram envolvidas. Uma articulação cuidadosamente planejada que garante bons desfechos que vão além dos números, considera o responsável técnico.

“Em cada transplante participam, diretamente, quase trinta pessoas. Neste último caso, que o fígado foi retirado em Santarém, foram ainda mais profissionais envolvidos. Nossos resultados também são ótimos, estamos acima da média nacional para sobrevida. Temos casos que nem necessitam de transfusão sanguínea, o que é um marco em um procedimento de porte tão grande”.

A Santa Casa tem capacidade para realizar até 50 transplantes hepáticos por ano, mas o aumento do número destes procedimentos só é possível com o aumento do número de doações de órgãos. Atualmente, o número de transplantes no Brasil vem aumentando, mas o percentual de negativas para a doação ainda é alto e o principal entrave para que mais vidas sejam salvas. Por isso, campanhas de incentivo à doação de órgãos buscam esclarecer e sensibilizar a população sobre a importância de que as pessoas conversem sobre a doação e deixem cientes os seus familiares sobre o desejo de ser um doador, possibilitando uma nova chance de vida, como a que Wilma abraça hoje.

“Há 17 anos eu venho só lutando, tentando manter uma vida normal. Quando eu soube que chegaria um órgão para mim, eu orei bastante a Deus para agradecer e para confortar o coração da família dessa pessoa, desse anjo que me possibilitou uma segunda vida. Por isso eu digo para as pessoas que doem, porque a doação de um órgão pode devolver a felicidade de muita gente, pessoas que não teriam a possibilidade de ver os filhos crescerem, de ter filhos, de poder olhar nos olhos dos pais”, observa Wilma Cordovil.

Desde 2023, a Santa Casa já realizou 14 transplantes hepáticos de pacientes adultos, 10 deles só este ano. O hospital também realiza desde 2019 o transplante renal pediátrico que já beneficiou 34 crianças e adolescentes.

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