Desde 2019, a Santa Casa já realizou 34 transplantes renais, mas 35 crianças ainda aguardam por um transplante, que depende da doação de órgãos
“A campanha está sendo muito boa para conscientizar as pessoas em relação à doação de órgãos aqui. Muitas pessoas hoje em dia não sabem o porquê de doar. E com isso eles trazem o conhecimento às pessoas. Então, conversando com eles eu tive um pouquinho de conhecimento em relação à doação de órgãos e eu sou a favor de doar os órgãos para salvar mais vidas”. A afirmação é da nutricionista Mayara Martins, de 28 anos, que obteve esclarecimentos sobre a doação de órgãos ao visitar, no fim de semana, um dos shoppings de Belém.
Assim como Maiara, centenas de pessoas deram uma pausa nas compras ou no passeio para fazer os exames disponibilizados no local, pela Santa Casa, e aproveitaram para tirar dúvidas sobre a doação de órgãos.
“Foram atendidas 421 pessoas e realizados 842 testes de Hepatites B e C. Durante a realização dos testes há um intervalo que aguardamos entre 8 a 10 minutos, momento no qual oportunamente conversamos sobre doação de órgãos, a forma de se declarar doador e sugerimos uma missão a cada pessoa que foi submetida aos testes: conversar sobre doação com seus familiares”, explicou a enfermeira intensivista Wailla Luz, da Comissão intra-hospitalar de doação de órgãos e tecidos para transplante ( Cihdott) da Santa Casa.
Além de fazer os testes, a assistente social Antônia Leal ouviu atentamente as informações, que reforçam sua opinião já formada sobre a doação de órgãos.
“Eu acho que é algo que devemos realmente participar para família, eu já participei que quero sim doar e gostaria que todo mundo tivesse essa consciência de falar com os familiares e dizer, ‘sim, eu quero ser doador’. Então eu espero que com essa campanha as pessoas se conscientizem que precisamos conversar com a família e dizer que quer ser um doador”, concluiu Antônia.
Programação
A campanha do Setembro Verde de incentivo a doação de órgãos na Santa Casa prossegue até o dia 28 com atividades educativas, palestras, exposições, encontro de familiares de doadores e workshop sobre doação voltado para profissionais de saúde.
“A Santa Casa do Pará é um hospital transplantador e também precisa atuar na conscientização para aumentar o número de doadores e transformar o futuro de quem espera na fila de transplante”, afirma a médica Nelma Machado, coordenadora da Cihdott da Santa Casa.
Desde 2019, quando iniciou a realização de transplantes renais pediátricos, a Santa Casa já realizou 34 transplantes renais, mas 35 crianças ainda aguardam por um transplante, que depende da doação de órgãos.
Desde o ano passado, a instituição também realiza transplantes hepáticos em pacientes adultos, tendo realizado 13 transplantes. Dez pacientes atendidos no ambulatório de hepatologia do hospital aguardam pelo transplante de fígado.
