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Santa Casa realiza capacitação da rede municipal de assistência ao pré-natal

O evento que teve a sua abertura hoje no auditório vai capacitar servidores da rede de atenção básica de Belém

Cerca de 200 profissionais da área de saúde, entre Agentes Comunitários, Enfermeiros e Médicos participaram do início do curso de capacitação sobre a Assistência ao Pré-Natal na atenção básica de Belém. Essa capacitação acontecerá até o final deste ano em turmas distintas.

A Fundação Santa Casa do Pará integra o Grupo de Trabalho Materno-Infantil e uma das ações pactuadas foi de capacitar todos os médicos, enfermeiros e agentes comunitários de saúde de Belém, cujo objetivo é reduzir casos graves no período gestacional.

Todos os meses, a maternidade da Santa Casa realiza mais de 700 partos por mês, grande parte de alto risco. Em 2023, só o setor de urgência e emergência obstétrica da instituição realizou mais de 35 mil atendimentos. O enorme volume de pacientes e a complexidade dos casos faz com que os profissionais de saúde da área materna estejam em contínua capacitação para a melhoria do atendimento.

Bruno Carmona, presidente da Fundação Santa Casa que fez a abertura do evento destacou que tem um grupo de trabalho materno infantil para atenção às gestantes do município de Belém. O grupo é composto por Santa Casa, Hospital de Clínicas, Hospital Abelardo Santos, Sespa, Sesma e Ministério Público. “A Santa Casa, em momentos diferentes, termina convivendo com superlotação da maternidade e as ações que precisam ser feitas são discutidas neste fórum, neste grupo de trabalho materno infantil”.

Dentro das nossas deliberações e decisões, nós identificamos a necessidade de capacitar toda a equipe de assistência básica que atende às gestantes nas unidades básicas do município de Belém. Isso vai dar uma cobertura de 50% das gestantes do município. O que vai certamente aliviar e chegar num nível adequado de atendimento sem a superlotação na Santa Casa”. Informa o gestor.

Aline Gobbo, enfermeira coordenadora da Referência Técnica da Mulher na Sesma, relata que essa capacitação que está sendo realizada, é importante porque traz informações entre pares: o  ACS (Agente Comunitário de Saúde), entre os enfermeiros e entre os médicos, na busca da melhoria do pré-natal. “Entendemos que esse curso e essa capacitação vão trazer benefícios não só para a rede da atenção primária, como para a rede hospitalar. Desde que os profissionais saiam daqui conscientes do que é a estratificação de risco gestacional, a importância da busca ativa da gestante, o complemento do tratamento da infecção urinária, que é uma das nossas maiores ocupações de leito”.

“Essa qualificação vai até dezembro. Vamos ter outras turmas, são 10 turmas com aproximadamente 100 inscritos por turma e que vai dar continuidade dentro dos módulos. A gente entende que esse curso só tem a somar. Quando a atenção primária se une à atenção hospitalar é para vencer. E se conseguirmos um melhor pré-natal, a gente consegue fazer com que a gestante de risco habitual vá para o risco habitual, e que a gestante de alto risco vá para a maternidade de alto risco, e assim todo mundo consiga receber um tratamento digno e merecedor”, destaca Aline.

Karol Silva, agente de saúde da Sesma, com atuação no distrito de Águas Lindas, relata que essa capacitação é importante para os profissionais de saúde e principalmente para o agente de saúde, que faz o contato direto com os pacientes. “A importância da gente conseguir orientar bem o paciente e levar a demanda certa para a unidade e que esse paciente seja atendido de uma forma que tenha uma qualidade na atenção dele”.

“O trabalho do Agente de Saúde é justamente esse, a visita domiciliar, onde a gente vai ter o primeiro contato com esse paciente, onde a gente encaminha esse paciente para nossas UBS (Unidades Básica de Saúde). E essa capacitação é ótima, assim como todas as que acontecem. Mas essa é em especial, porque se trata do pré-natal, que é aquele atendimento que você vai pegar a gestante, que você vai ter esse primeiro contato com ela. E adquirir esse conhecimento para  fazer a  identificação  desta paciente e conseguir encaminhá-la da melhor maneira para o resto da rede de atenção é fundamental”, informou Karol.

Marília Gabriela, gerente da maternidade da Fundação Santa Casa, destaca que essa qualificação visa, principalmente, reduzir mortalidade e morbidade materna e natal modificando o raciocínio clínico, além de valorizar alguns pontos que podem não estar sendo observado, para que a gente identifique, precocemente, as patologias mais prevalentes aqui no nosso estado, na nossa maternidade, que são as patologias decorrentes de complicações da infecção urinária, da hipertensão, além de outras.

“Um outro objetivo é o diagnóstico precoce e referenciamento adequado de cardiopatias para o hospital de clínicas. Nós pretendemos capacitar toda a rede básica de Belém e, após isso, esse projeto provavelmente vai se estender a outros municípios do Estado. O objetivo é reduzir o risco. Nós queremos que doenças fáceis de diagnosticar e tratar sejam diagnosticadas e tratadas precocemente, porque quando isso não acontece, elas evoluem para complicações graves que podem levar à prematuridade, internações, óbito materno fetal e, de uma forma indireta, traz um impacto grande para a sociedade, porque a gente utiliza leitos que poderiam estar sendo utilizados para outras patologias e não essas”, esclarece a dra Marília Gabriela.

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