Mães de crianças internadas na pediatria do Hospital receberam serviços de estética e palestra sobre os papéis de mulher e mãe
Maisy Tavares mora em uma das enfermarias pediátricas da Santa Casa do Pará há um ano e sete meses. Mãe de duas crianças, ela precisou deixar o restante da família para acompanhar a filha mais jovem, Sofya, que antes de completar dois anos teve o diagnóstico de uma doença rara e desde então está internada no hospital.
” Eu estou morando aqui com ela, porque nós somos de Bragança e o pai dela precisa trabalhar. Só consigo ir pra lá ver o meu outro filho uma vez por mês e este mês nem pude ir. É muito difícil, às vezes sinto muita saudade, mas preciso cuidar dela.” conta Maisy emocionada.
Maisy foi uma das 30 mães homenageadas no final de semana em uma programação na enfermaria de pediatria da Santa Casa, realizada com o objetivo de oferecer um pouco de cuidado às dezenas de mães que se dedicam a cuidar dos filhos, explica a enfermeira Sabrina Almeida, uma das organizadoras da atividade.
” Elas são muito importantes para o tratamento dos filhos e são mães que têm longa permanência aqui, que estão completamente afastadas de suas atividades sociais, algumas há meses e até anos. Por tudo isso nós achamos importante trazer esse afago, esse cuidado, fortalecendo o vínculo e a confiança delas com a equipe”, explica a enfermeira.
Entre os cuidados oferecidos às mães, houve sessão de fotos, um lanche diferenciado, limpeza de pele, maquiagem e uma palestra ministrada pela psicóloga Larissa Castro, convidada pela equipe da enfermaria pediátrica para tocar em um tema muito comum às mães, o sentimento de culpa.
” A maternidade por si só já traz uma carga de culpa. Mas quando essas mães precisam cuidar de filhos que requerem cuidados especiais, redobrados, elas acabam se questionando com frequência sobre o que fizeram ou deixaram de fazer para trazer um filho saudável ao mundo. A palestra com o tema ‘ A culpa não é sua’ busca aliviar esse sentimento, pois ninguém tem controle de tudo e apesar disso é possível amenizar essa angustia”, afirma a psicóloga.
