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Projeto combate transmissão vertical de HIV de mães para recém-nascidos

Iniciativa pioneira na Fundação Santa Casa envolve um protocolo de prevenção e orientação em atendimento humanizado 

Testes de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) como HIV, Sífilis e Hepatite C fazem parte da rotina de triagem das mulheres grávidas que chegam à Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará. É nesse momento que muitas delas se descobrem soropositivas e precisam tomar uma série de cuidados para coibir a transmissão vertical (de mãe para recém-nascido) durante e depois do parto.

“A Santa Casa já tem um protocolo de prevenção de longa data estabelecido então todas as gestantes que entram para ganhar bebê são testadas e se o resultado der positivo precisamos saber a carga viral e o número de CD4 (linfócitos) para identificar as medidas de prevenção”, explica a médica coordenadora da maternidade, Marília Gabriela Queiroz da Luz.

O momento de notificação do diagnóstico necessita de um acolhimento humanizado. “Essas mulheres são atendidas por uma equipe multidisciplinar. É uma notícia que ainda hoje não é fácil de receber, apesar de o tratamento da doença já ter evoluído muito e ela ser considerada crônica. Elas são encaminhadas para o serviço de referência em HIV/Aids e além disso, entramos em contato com os parceiros sexuais para que sejam testados também”, acrescenta a médica.

De janeiro a novembro deste ano, foram realizados 8.835 testes rápidos de HIV em gestantes. Foram detectados 25 casos soropositivos na triagem obstétrica e outras 158 mulheres já chegaram referenciadas com o teste positivo na instituição.

Os resultados positivos indicam a adoção de algumas condutas para a profilaxia da mãe e do bebê. Entre os principais cuidados, em caso de alta carga viral, é administrar doses de antirretrovirais na mãe e diminuir o contato do sangue materno com o bebê durante o parto.

“No trabalho de parto ou antes da cesariana a principal medida de prevenção é o antirretroviral, a zidovudina, e mais outras questões, como não romper a bolsa, tentar fazer um parto empelicado, e essa prevenção é muito importante para reduzir a transmissão vertical. Há uma chance de 25% quando você não toma essas medidas e uma paciente que realizou um bom pré-natal, que teve seu diagnóstico dado durante a gravidez e fez a profilaxia adequada no periparto tem uma chance de transmitir muito reduzida que varia até 2%”, pontua Marília.

Alta Farmacêutica Assistida

Ana Nizia Aragão é farmacêutica e atua no projeto Alta Farmacêutica Assistida, um aliado para o tratamento nos primeiros 30 dias de vida do recém-nascido.

“Nós fazemos a orientação sobre a importância da profilaxia do bebê para que ele tenha uma vida saudável e, se fizer corretamente o protocolo, não venha a adquirir o vírus, ou seja, tenha carga viral detectável. A Santa Casa é pioneira com este projeto porque nós vemos a necessidade da orientação correta aos responsáveis quanto aos três medicamentos, na maioria das vezes”, comenta a farmacêutica.

O objetivo é esclarecer sobre a preparação dos medicamentos que precisam ser administrados em doses e horários corretos para que consigam inibir a atuação do vírus nas células do recém-nascido. Conforme o peso da criança, as doses podem variar. Alguns medicamentos precisam ser reconstituídos para fazerem efeito, além disso existe toda uma recomendação quanto ao armazenamento. Cuidados imprescindíveis na nova rotina com a chegada de um novo membro na família.

Etiene Andrade / Ascom Santa Casa

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