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Hipertensão Arterial é a principal causa de atendimentos na urgência obstétrica da Santa Casa

No Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, médicos fazem alerta às grávidas

Referência na gravidez de alto risco, a Santa Casa do Pará realiza, só em seu setor de urgência obstétrica, cerca de 3 mil atendimentos ao mês. Desses, 40% são de gestantes já hipertensas ou que desenvolveram hipertensão (pressão alta) durante a gravidez, a chamada Síndrome Hipertensiva Específica da Gestação (SHEG) ou Síndrome Hipertensiva Gestacional.

Foi o caso da paciente Etiene Lopes, de 30 anos, encaminhada para o pré-natal de alto risco da Santa Casa. Mãe de duas crianças, Etiene está em sua 3ª gestação e apresentou o problema de saúde na 20ª semana de gestação. “Quando engravidei dos meus dois primeiros filhos, tive gestações muito saudáveis e tranquilas. Mas agora, na terceira gestação, comecei a sentir dor de cabeça e a visão turva e em uma consulta do pré-natal, fui verificar a pressão e fiquei surpresa em saber que estava bem alta. Por isso fui encaminhada aqui pra Santa Casa”, conta a paciente.

A queixa de Etiene está entre os sintomas da hipertensão, que podem ser tontura, falta de ar, palpitações, dor de cabeça frequente e alteração na visão, mas a hipertensão muitas vezes não apresenta sintomas, daí a importância de se medir regularmente a pressão arterial.

O diagnóstico de hipertensão arterial na gravidez é feito quando a pressão da gestante é igual ou superior a  14 por 9 (140/90 mmHg).

De acordo com a médica Cláudia Coelho, ginecologista e obstetra que atende no Pré-Natal de Alto Risco da Fundação Santa Casa, a incidência da hipertensão na gestação varia entre 5% a 10% das gestantes. Mas na Santa Casa, por conta da referência em gestação de alto risco, esse percentual é mais elevado e também consiste em uma das principais causas de encaminhamento para o serviço de pré-natal.

“Por ser justamente um ambulatório de gestação de alto risco, recebemos muitas pacientes encaminhadas tanto da região metropolitana de Belém, quanto dos municípios do interior do Estado. A hipertensão na gravidez oferece riscos para a mãe, como a possibilidade de evoluir para pré-eclâmpsia grave ou eclâmpsia, Síndrome de Hellp, o descolamento de placenta e o fluxo sanguíneo anormal da placenta. Já os riscos para o bebê envolvem o crescimento intra uterino restrito, sofrimento fetal e prematuridade”, alerta a médica.

De acordo com informações do Ministério da Saúde, a Síndrome Hipertensiva Gestacional é uma das principais complicações da gestação em países em desenvolvimento como o Brasil e pode, nos casos mais graves, levar à morte da mãe ou do bebê. Por isso o órgão federal reforça a necessidade de um “adequado controle pré-natal com seguimento rigoroso da gestante” como a única forma de reduzir a mortalidade materna e perinatal.

Cuidados –  Além do acompanhamento rigoroso no pré-natal, a médica Cláudia Coelho ressalta alguns cuidados que a gestante hipertensa deve ter. “É fundamental manter a rotina do pré-natal e também controlar o aumento exagerado de peso, ter uma boa alimentação, seguir as orientações nutricionais e usar corretamente os medicamentos anti-hipertensivos”, afirma a médica.

A realização do pré-natal e os cuidados com a alimentação e ingestão de água, a prática de exercícios físicos, além de evitar o consumo de café e eliminar uso de álcool e cigarro são ações que podem ajudar a prevenir a hipertensão na gestação. Mas as causas da hipertensão na gravidez ainda não são consenso entre os médicos. Entre os fatores de risco, já conhecidos, estão o histórico familiar, a má alimentação, o sedentarismo e o consumo excessivo de sal.

Texto: Etiene Andrade (Ascom – Santa Casa)

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