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Especialistas alertam que sepse pode ocorrer em pessoas com bom estado de saúde

Com 240 mil mortes ao ano Brasil tem uma das maiores taxas de letalidade por sepse no mundo

Em alusão ao Dia Mundial da Sepse, lembrado na próxima segunda-feira (13), hospitais estaduais alertam para a conscientização sobre os cuidados e identificação precoce da doença, que mata 240 mil pessoas acometidas no Brasil a cada ano. Com a pandemia de Covid-19, o panorama se tornou ainda mais grave. Entretanto, a incidência pode ocorrer em pessoas não hospitalizadas e com bom estado geral de saúde.

Qualquer indivíduo, independentemente da idade, pode desenvolver a doença, em especial aqueles internados, com predisposição genética e sistema imunológico debilitado, bebês prematuros, crianças com menos de um ano e idosos acima de 65 anos, além de pessoas com doenças crônicas, como insuficiência cardíaca, renal e diabetes, e, ainda, os usuários de álcool e outras drogas.

A sepse é uma resposta inadequada do próprio organismo contra uma infecção bacteriana, fúngica, viral, parasitária ou por protozoários. Se não descoberta e tratada rapidamente, leva ao mau funcionamento de  órgãos, com alto risco de morte. O Brasil tem uma das maiores taxas de letalidade por sepse no mundo e mata 240 mil pessoas por ano, de acordo com o Instituto Latino Americano da Sepse (ILAS).

Entre as causas mais comuns estão pneumonias, meningites, infecções urinárias e intestinais, lesões na pele e aberturas para introdução de cateteres e sondas, por exemplo. Não há exames específicos para identificação da sepse, por isso é fundamental a atenção do paciente e da equipe de saúde nas alterações de outros exames laboratoriais e de imagem.

Combate

Na Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMP), o trabalho para combater a doença é realizado pela Assessoria de Gestão da Qualidade e Segurança. Segundo a diretora assistencial da instituição, a médica Norma Fonseca, o reconhecimento rápido do quadro é determinante para o tratamento. “Qualquer profissional pode identificar e suspeitar de um paciente com infecção, porque na sepse o que importa é o tempo, quanto menos eu gasto para começar a combatê-la, mais aumenta a possibilidade desse paciente se recuperar e receber alta”, pontua Norma.

A equipe assistencial que está mais próxima do paciente geralmente identifica os sintomas por meio dos sinais vitais. Em seguida são realizados exames e prescritos antibióticos que devem ser administrados em até uma hora após a suspeita. Ainda de acordo com Norma, em alguns casos é necessário hidratar a pessoa e entrar com oxigênio. “Fechei o diagnóstico que não era sepse, eu suspendo o antibiótico, sem causar nenhum problema para o paciente. É melhor pecar pelo excesso do que pela falta. Se não fizer,  posso colocar em risco a vida dele”, pondera a diretora.

Como ela pode se manifestar em qualquer situação, desde infecções leves – como um corte na cutícula durante uma ida à manicure -, até as mais graves, não é possível prevenir, mas diminuir os riscos.

Entre os cuidados estão lavar as mãos e punhos com sabão ou álcool ao chegar da rua ou visitar pessoas doentes ou hospitais; manter a caderneta de vacinação em dia; e não se medicar por conta própria, principalmente com antibióticos, uma vez que, com o tempo, as bactérias do organismo podem adquirir resistência e não haver melhora do quadro em casos de necessidade.

No Hospital Ophir Loyola, a chefe da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, Ilce Menezes, explica que para pacientes com câncer esses cuidados são ainda mais rigorosos. “Manter sempre a pele e mucosas integras com cuidados básicos de hidratação e higiene, ter cuidado com a alimentação para evitar ingestão de alimentos contaminados, manter as vacinas em dia, evitar contato com pessoas doentes, evitar aglomerações. É fundamental buscar atendimento médico ao primeiro sintoma de qualquer patologia para orientação e conduta adequada”, frisa Ilce.

Por Dayane Baía (SECOM)

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