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Mulheres são maioria entre servidores e protagonistas no atendimento na Santa Casa

Elas representam mais de 70% da força de trabalho na Fundação Santa Casa do Pará. São mulheres, profissionais de saúde, que cuidam de outras mulheres pacientes, também maioria entre as pessoas atendidas pelo hospital, que possui uma maternidade que é porta aberta 24 horas, atendendo anualmente em média 10 mil mulheres só na urgência obstétrica. Outras tantas atuam em áreas de apoio a assistência ou desenvolvem funções administrativas na instituição.

A enfermeira obstetra Conceição Barros, 47, é uma dessas mais de duas mil mulheres que atuam na Santa Casa. Mulher, mãe de três filhas e profissional realizada com a escolha que fez, ela atua há 14 anos na maternidade da Fundação e se sente convicta ao garantir às pacientes uma boa acolhida e assistência na hora do parto, como forma de respeito e garantia dos direitos delas como mulheres, mães e cidadãs.

“A gente lida com essa questão do medo, da tensão e da dor. Como já vivenciei essa questão de parir, me coloco no lugar da outra, consciente de que a gente precisa de cuidado, de atenção e de acolhimento. A própria palavra obstetrix (latim) significa estar ao lado. E o que a mulher precisa no momento do parto é que alguém esteja ao lado dela dando força, porque ela é a protagonista do parir. Mas para se sentir confiante, a mulher precisa ter esse respeito, estar num ambiente que possa caminhar, respirar e ser protegida pra poder parir de forma adequada”, ressalta Conceição.

E este sentido de empoderar tomou conta da maranhense Verônica Garcia, 35, que deu à luz a sua terceira menina, de parto normal, na Santa Casa, no mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher. Surpreendida pela terceira vez com um parto prematuro, Verônica se sentiu acolhida pela equipe da maternidade e recebeu todas as orientações para cuidar da filha, que nasceu pesando menos de dois quilos.

“Eu vim visitar minha irmã em Belém e entrei em trabalho de parto. Vim pra Santa Casa e fui muito bem atendida. Minhas outras duas filhas também nasceram antes da hora e eu sei que vou cuidar dessa direitinho”, afirma a mãe.

A atenção aos direitos da mulher que dá a luz na Santa Casa se estende para além do parto. Detentora do título de “Hospital Amigo da Criança”, a Fundação busca orientar as mães que dão a luz na maternidade sobre a amamentação, assim como capacitar os profissionais de saúde do hospital e de outras instituições, por meio de ações desenvolvidas pelo seu Banco de Leite Humano para a garantia desse direito que abrange mães e bebês.

A nutricionista Vanda Marvão está na linha de frente desse trabalho do Banco de Leite Humano do hospital. Há mais de uma década atuando na área, para ela, as orientações sobre como dar de mamar, assim como o esclarecimento sobre a importância do leite materno como alimento para o bebê é um direito da mulher que precisa ser respeitado e incentivado pelos profissionais de saúde.

“Como profissional que atende a mulher antes ou depois do parto, a gente precisa entender esse momento e as dificuldades de amamentar. Ela precisa de todo o apoio logo que dá a luz pra conseguir. Nós observamos que a mãe quer amamentar, mas, às vezes, não consegue, o que pode frustrá-la como mulher. O ideal é que ela já receba essas informações quando o bebê ainda está no útero, pra que saiba quais as dificuldades e para qual profissional pedir ajuda, evitando assim que ela, nesse momento de fragilidade, acabe recorrendo às formulas”, explica a nutricionista, que também ressalta que no Brasil existem leis voltadas para a garantia desse direito.

“Amamentar é bom para saúde da mulher e do bebê e até da família, é um direito. Por isso, no Brasil, as trabalhadoras que dão a luz têm direito a licença maternidade e os pais, a licença paternidade, que favorecem esse tempo para amamentar. Está previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente e, além disso, existe também a Norma Brasileira de Comercialização de Produtos para Lactentes (NBCAL), que controla a propaganda de leites artificiais e outros produtos que podem dificultar ou até inviabilizar a amamentação”, detalha Vanda Marvão.

O Banco de Leite da Santa Casa se mantém de portas abertas para atender mulheres com dificuldade para amamentar e é responsável pela captação de leite de 177 mulheres doadoras para os recém-nascidos internados no setor de Neonatologia do hospital. A maternidade da Santa Casa recebe em média 10 mil mulheres por ano em trabalho de parto e outros 15 mil atendimentos são realizados anualmente no Ambulatório da Mulher.

Nesta quinta-feira (12), a Santa Casa realiza uma programação para as servidoras da instituição, relativa ao Dia Internacional da Mulher. Com o tema “Todos por elas”, contará com o encontro “Diálogo com Arte: Oficina de Reciclagem Artística”, que pretende trabalhar talentos artísticos e dialogar sobre a violência contra a mulher.

Programação

Outro momento da programação será a “Meditação e Debate: Roda de conversa com oficina de Relaxamento”, que vai debater sobre a síndrome de burnout, trabalho feminino e estratégias de enfrentamento.

Na última semana, mais de 100 servidoras acompanharam a palestra “Empoderamento – autoconfiança e autoestima”, da advogada e coaching Ludmilla Raissuli, promovida pela Assessoria de Planejamento da instituição e que lotou o auditório da Santa Casa.

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